Prefácio
As preocupações relacionadas
ao gerenciamento de recursos hídricos têm estado presente na sociedade
desde muito tempo atrás. Porém, somente nas últimas décadas, conceitos
como gestão da demanda, gestão da qualidade das águas e gestão
ambiental de bacias hidrográficas incorporaram-se de forma proeminente
nos modelos de gerenciamento dos recursos hídricos. Esse assunto,
tornou-se um capítulo importante no novo paradigma do desenvolvimento
sustentável.
A Agenda 21, documento emanado da Conferência das Nações Unidas
sobre meio ambiente e desenvolvimento, dedicou o Capítulo 18 à
proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos.
O documento aborda temas como a integração de medidas de proteção
e conservação dos mananciais; o desenvolvimento de técnicas de
participação do público na tomada de decisões; a mobilização dos
recursos hídricos, particularmente em zonas áridas e semi-áridas;
o desenvolvimento de novas alternativas de abastecimento de água,
como dessalinização de águas do mar, reúso e reposição de águas
subterrâneas.
Toda essa mudança refletiu também em mudanças na Engenharia. A
gestão de águas que no passado era área de domínio de engenheiros,
passou a ser trabalhada também por administradores, economistas,
biólogos, químicos, sociólogos e outros profissionais. A formação
de recursos humanos na área de gestão de recursos hídricos, nas
universidades brasileiras, ainda se dá predominantemente em mestrados
e doutorados em Engenharia Civil. Porém, o importante é que nesses
cursos participam também geógrafos, biólogos, matemáticos e outras
formações. Nesse processo, a convivência com diferentes visões
enriquece tanto o engenheiro como os outros profissionais, levando
ao aprendizado do trabalho em equipe. O presente livro procura
suprir uma deficiência na literatura técnica e se destina a estudantes,
professores, técnicos e, em geral, a interessados em gestão de
águas.
Nilson Campos
Ticiana Studart |
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